Roberta Sudbrack
Roberta Sudbrack:
Mesclando cozinha contemporânea com tempero e ingredientes legitimamente brasileiros, a premiada chef Roberta Sudbrack comanda as caçarolas de seu restaurante, em charmosa casa no Jardim Botânico, desde 2005. Experiência não lhe falta: ela foi a primeira chef a comandar a cozinha do Palácio da Alvorada, em Brasília, durante o mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. A gaúcha faz releituras de pratos bem brasileiros, como a farofa de banana.
Hoje, da ampla cozinha envidraçada, localizada no segundo andar, saem pratos como burrata com filé de tomate marinado e entradas como tartare de abóbora. A carta de vinhos dispõe de cerca de 222 rótulos. Com decoração de Chicô Gouveia e iluminação de Maneco Quinderé, o ambiente exibe nada menos que móveis assinados por Sérgio Rodrigues.
NO VÍDEO, a chef ensina a fazer curau com caviar.
Horário de Funcionamento: Ter a qui, das 19h30m à meia-noite; sex, do meio-dia às 15h e das 20h30m à meia-noite; sáb, das 20h30m à meia-noite
Tipo de restaurante: Brasileiro
Aceita cheque: Sim.
Cartão de crédito: Sim.
Cartão de débito: Sim.
Manobrista: Sim.
Rua Lineu de Paula Machado, 916 Jardim Botânico Rio de Janeiro - RJ
http://www.robertasudbrack.com.br
21 3874-0139
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Já contei aqui que sou uma das juradas do ranking dos Melhores Restaurantes do Mundo. Já contei também que o melhor do mundo, o dinamarquês Noma, definitivamente não é o melhor do mundo. Admito que é divertido comer um mexilhão de 36 anos (mesmo desconfiando da sua idade) e encarar dois camarões vivinhos da silva, mexendo as perninhas — o que me levou a declinar da experiência de saboreá-los. Toda essa introdução é para contar que depois de provar do novo cardápio da Roberta Sudbrack, confirmei o que já sabia: a cozinha da chef nada deixa a dever às melhores do mundo.
É caro? É, bastante. Mas não mais que o nórdico bicampeão Noma. Ou que o paulista D.O.M, do chef Alex Atala, que bravamente abocanhou a sétima posição. O menu de nove pratos de Sudbrack sai por R$ 240. No Noma, pelo mesmo número de serviços, desembolsei o equivalente a R$ 430. No D.O.M, coisa de R$ 400. E, quer saber, sem qualquer bairrismo: as últimas da Sudbrack deixaram os dois no chinelo.
Foram nove pratos salgados e uma sobremesa, pequenas obras de artes servidas em Limoges brancos, que me levaram a comer de óculos para tentar identificar o que eram aquelas maravilhas que eu tinha na boca. Um galho micro de tomilho aqui, dois pontinhos de orégano ali, um espocar de flor de sal acolá... Leo Jaime, músico e parceiro de mesa, foi mais sagaz do que eu: o que era aquela poerinha com gosto de mar sobre a manga grelhada? Pó bottarga! E o >ita<croc no céu da boca? Grãos de quinoa fritos! A tal da “clementina” que vinha estampada na plaquinha de identificação do prato (todos chegaram dessa forma) era a boa e velha tangerina, que saiu de cena desde o advento da polkan. Foi ela quem imprimiu um cítrico elegante às lascas de cogumelos carnudos, que lembravam um polvo, servidas com uma poeira de parmeggiano.
O robalo veio com milho doce e canjica; o foie gras, com um biscuit de pele de milho e semente de figo; a galinha caipira foi servida em garrafas de vidro, um consomê da ave que ensopava um purê de batatas com consistência de marshmallow. A costela espetacular chegou com milho e banana; e o atum, ora, ora, trouxe uma inusitada barba de milho (lembra?) marinada. Bravo, bravíssimo! Comida, diversão e arte pelas mãos de uma mestre que merece, mais do que nunca, estar entre os melhores do mundo.
Marcadores: 22470-040, Av. Lineu de Paula Machado, Lagoa, Rio de Janeiro, Roberta, Sudbrack